Teimosia
Mas a narrativa prossegue. A metáfora do interlúdio se encerra e voltamos à história. O povo finalmente entra na terra santa mas Deus, novamente, como um menino teimoso, insiste em não constuir nada. Nada de templo, nada de fortaleza, nada de ‘castelo real’, ou de rei. Rei e templo são a materialização do desejo de controle e segurança. Deus, no entanto, oferece juízes espalhados por aí, errantes, surgindo espontaneamente entre o povo.
Os israelitas, porém, conseguem vencer a insistência de Jeová. A criatura se mostra ainda mais teimosa que o criador. A visão de mundo do Eterno não é admissível ao povo. Liberdade pressupõe cruz e é fardo pesado demais para ser carregado. A opção é por segurança e esta pressupõe controle. Elegem um rei e constroem um templo.
Originalmente publicado em: http://atrilha.blogspot.com/2009/08/desapego-4.html
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