“Vai, volta ao teu caminho”, diz o Senhor a Elias (1 Reis 19.15), reenviando-o à sua missão profética. Duas localidades são mencionadas, que definem bem o campo de atuação do profeta. O deserto, e Damasco, a capital da Síria, que naquele momento já está em constantes conflitos com o reino de Israel. Elias é enviado a ungir duas pessoas. Hazael será rei da Síria, Jeú rei de Israel. Deus é Senhor sobre ambos os reinos!
Por último, Elias é enviado a ungir um novo profeta “em teu lugar” (19.16). E uma importante nota de conforto é acrescentada. Elias se sentia sozinho, o último dos profetas do Senhor. Mas não era assim. “Preservei em Israel sete mil”, que não se dobraram a Baal (19.18). Não significa que todos são profetas, mas que todos estes se mantiveram, como Elias, fiéis ao seu compromisso de vida com o Deus de Israel.
Elias encontra Eliseu, trabalhando na lavoura. Elias lhe atira o seu manto, o que no texto não precisa de explicação. Eliseu carregará o manto de profeta de agora em diante. Fez o que tinha que fazer em casa, convidou a vizinhança para um churrasco de despedida, e se foi com Elias, de quem será assistente por algum tempo.
Na sequência, o texto nos mostra algo do conflito entre o reino da Síria e o reino de Israel. Ben Hadade, o rei da Síria, reúne um grande exército, que incluía soldados de 32 reis vassalos, e faz cerco a Samaria, capital de Israel. E começam as provocações costumeiras. Ben Hadade faz exigências severas. Acabe, rei de Israel, avaliando a situação, prefere ceder. Prata, ouro, mulheres, filhos. Bastante. Os mensageiros vão embora e retornam outro dia com exigências ainda maiores. Agora, além do pedido anterior, Ben Hadade exige passe livre para os soldados entrar onde quiserem e levar o que quiserem. Acabe chama o conselho e expõe a situação. O conselho recomenda que ele resista. A mensagem de resposta é diplomática, mas firme. Ben Hadade reage com mais provocação e se prepara para o ataque. Acabe, empoderado pelo apoio do conselho de estado, não perde a oportunidade para tirar uma lasquinha com Ben Hadade, citando um conhecido ditado, que para nós é parecido com aquele do galo cantar vitória antes da galinha botar o ovo.
Enfim, estamos de volta ao nosso mundo “humano, demasiadamente humano”. Povos sendo arrastados às guerras por reis ambiciosos e ávidos por poder, humanos querendo ser cada um melhor que o outro. Mas não esqueçamos da voz silenciosa de Deus e de Sua presença lá onde nós facilmente somos tentados a desistir.
Dia 327 – Ano 1