O capítulo anterior terminou com a auspiciosa observação de que “nas mãos de Salomão o reino foi se firmando” (1 Reis 2.46). O presente capítulo começa com uma notícia que parece solta em meio à narrativa. “Salomão tornou-se genro do faraó, rei do Egito” (1 Reis 3.1). Auspicioso? A sequência da história dirá.
Os v.2-4 comentam como os sacrifícios ainda eram realizados “sobre os altos” (v.2), em lugares elevados preparados para essa finalidade. O v.3 vê isso como um problema a ser remediado. O maior desses lugares de culto se encontrava em Gibeom, e aqui encontramos Salomão oferecendo seus sacrifícios (v.4). Ali Deus lhe aparece num sonho (v.5). “Pede-me o que queres que eu te dê”, diz-lhe o Senhor. A resposta de Salomão é longa e elaborada. Em Sua bondade, o Senhor havia dado continuidade ao reino de Davi, seu pai. Mas ele, Salomão, é ainda uma criança que ainda não sabe como proceder nessa função. Por isso, o que ele pede é “um coração que sabe ouvir” (v.9), para poder julgar bem o povo, “para saber discernir entre o bem e o mal” (v.9).
A resposta agrada a Deus (v.10). Em vez de pedir longevidade, riquezas, a morte dos inimigos, o que ele pede é “discernimento para saber ouvir” as causas do povo (v.11). Satisfeito, o Senhor o presenteia com “um coração sábio e discernidor” (v.12). E de bônus, o que ele havia deixado de pedir: “riqueza e glória” (v.13). Acordando, Salomão viu que era um sonho. E voltou a Jerusalém, onde ofereceu sacrifícios diante da arca da aliança (v.15).
Chama a atenção o valor inquestionável conferido aos sonhos. Neles algo acontece, que extrapola os limites a que estamos submetidos em nossa rotina diária. E são um canal através do qual Deus se comunica (como é retratado no sonho da escada de Jacó, Gênesis 28.10-17). O texto em momento algum coloca em questão que Deus cumpre o que promete no sonho. Nós hoje, ao acordar talvez reagíssemos de um jeito bem diferente, tipo “foi só um sonho”. Os próximos capítulos vão mostrar que o sonho, de fato, se cumpre.
Dia 286 – Ano 1