O capítulo 4 é como que uma espécie de resumo do reinado de Salomão como um todo, às vezes inclusive projetando-se para diante no tempo. Primeiro temos um informe sobre os principais ministros (v.1-6). A seguir, a organização dos serviços de abastecimento da corte (v.7, “forneciam mantimento ao rei e à sua casa”). O reino foi dividido em doze distritos, cada um com um encarregado, cada um responsável pelo abastecimento da casa real por um mês. Esse sistema funcionou por um extenso período, como fica claro pelas alusões a duas filhas casadas de Salomão (v.11,15).
O v.20 faz alusão ao crescimento populacional dos israelitas, e como todos eram prósperos e felizes (cf. o v.25). Os v.21,24 exaltam a extensão do reino, e os v.22-23,27 mencionam a quantidade de provisões consumidas diariamente pela corte. Os v.26,28 relatam o número de cavalos e carruagens à disposição do rei.
A abundância material, porém, parecia modesta quando comparada ao florescimento cultural do período (v.29-34). Jerusalém se tornou um centro cultural internacional (v.32-33). De todos os cantos vinha gente para ouvir Salomão (v.34). Ele era mais sábio do que os maiores sábios do mundo (v.30). “Todos os reis da terra” enviavam emissários para apreender algo dessa riqueza intelectual (v.34). Por alguma razão, contudo, o texto fala só do próprio Salomão, cuja extraordinária cultura é vista como extensão da sabedoria que lhe fora prometida em sonho por Deus (1 Reis 3.12).
Com indisfarçada felicidade, o texto bíblico vai engrandecendo a figura de Salomão. Seu nome é repetido constantemente. Seu reino foi se tornando um pequeno império, de importância no cenário internacional. Contudo, uma observação em 1 Reis 4.6 deixa entrever uma sombra com potencial ameaçador. O último nome na lista dos ministros de Salomão é Adonirão, “superintendente dos trabalhos forçados”.
Dia 288 – Ano 1