A segunda fala de Salomão, na inauguração do templo, é uma bênção “a toda a congregação de Israel” (1 Reis 8.14). Mas o que ficou registrado é uma bendição ao Senhor, o Deus de Israel (v.15). Duas vezes o rei menciona uma característica divina que é um dos fundamentos do universo. Em Deus, palavra e ação são uma coisa só. Nós é que separamos as duas coisas, e perigosamente às vezes colocamos uma contra a outra. A primeira referência é no v.15: “que falou … e cumpriu” (o hebraico, plasticamente, diz “falou com Sua boca … e realizou com Sua mão”). A outra é no v.20: “Cumpriu o Senhor a Sua palavra, que havia dito”. A Palavra de Deus é sempre criadora, nisso podemos nos fiar. “Assim será a palavra que sair da minha boca; não voltará a mim vazia, mas fará o que me apraz” (Isaías 55.11).
Um segundo aspecto importante nessa fala de Salomão é sobre onde para Deus está o foco. “Desde o dia em que tirei Israel do Egito”, diz o Senhor, “não escolhi cidade alguma … para construir uma casa; porém escolhi a Davi para chefe do meu povo” (v.16). Ao longo destes capítulos fica claro que quem constrói templos somos nós (v.20: “e edifiquei a casa ao nome do Senhor”). Para Deus o mais importante são as pessoas. Tudo bem com construir templos (v.18: “bem fizeste em decidir isso”). Mas o verdadeiro templo de Deus são as pessoas que O recebem e O adoram em seus corações e vivem conforme a Sua palavra.
Essa é a grande razão para o lugar de honra conferido à arca da aliança, no templo construído por Salomão (v.21). Não é por a arca ser mágica, ou coisa assim. É porque dentro dela estão “as tábuas da aliança que o Senhor fez com nossos pais, quando os tirou da terra do Egito”. É esta aliança que sustenta o conjunto do edifício do templo, e não só ele, mas toda a terra. Aliança em que Deus é o nosso Libertador. Aliança em que nós nos dispomos a viver segundo a Sua palavra, como expressa exemplarmente nas “tábuas da aliança”.
Dia 294 – Ano 1