A animosidade vira confronto aberto. A parte final do capítulo anterior diz: “Saul percebeu claramente que o Senhor estava com Davi” (1 Samuel 18.28). Mas em vez de acatar a vontade de Deus, Saul se deixou tomar pelo medo (18.29), provavelmente também de que Davi o matasse para chegar, ou quando chegasse, ao trono. E assim “Saul ordena a Jônatas, seu filho, e a todo o seu estado maior, que Davi seja morto” (1 Samuel 19.1). Jônatas tem uma conversa séria com o pai (v.4-5), que reconhece que o filho tem razão e muda sua decisão (v.6). E por um tempo tudo volta ao normal.
Mas a essa altura Saul já nem sempre é ele mesmo. “Um espírito mau do Senhor veio sobre Saul” (v.9), espírito que já antes o atormentava, desde que o Espírito do Senhor havia se retirado dele (16.14; cf. 16.15,23; 18.10). E Saul tentou matar Davi, que fazia música para ele (v.9-10). Em sua fúria, mandou que vigiassem a casa de Davi e o matassem (v.11). Aí entra em ação Mical, esposa de Davi, filha de Saul, que o ajuda a fugir (v.11-17).
Davi vai buscar refúgio junto a Samuel (v.18). Mas Saul não pára mais diante de nada. Três pelotões são mandados um atrás do outro, com ordens para trazer Davi (v.19-21). Sem sucesso. Então Saul decidiu ir ele próprio (v.22-24). Também sem sucesso.
Três vezes, no capítulo 19, Deus livrou Davi de ser morto por Saul. Primeiro através de Jônatas, filho de Saul. Depois através de Mical, filha de Saul. Saul vai ficando isolado, os de sua própria família vão se decidindo por caminhos diferentes dos seus.
A terceira vez, foi por ação direta do Espírito de Deus. Onde Samuel morava havia uma “casa de profetas” (v.19). Os três pelotões enviados por Saul tiveram uma experiência espiritual que fez com que se juntassem ao grupo dos profetas e profetizassem (v.20-21). E por fim Saul também (v.23-24). E isso fazia com que não conseguissem fazer mal a Davi, sobre quem o Espírito de Deus permanecia constantemente (cf. 16.13). Para Saul, essa experiência podia ter mudado os rumos de sua vida. O Espírito de Deus tinha afastado o espírito mau que o assediava.
Dia 249 – Ano 1