Em 1 Samuel 1.1-3, fomos apresentados a um israelita chamado Elcana e suas duas mulheres, Ana e Penina, que era fiel no cumprimento de seus deveres religiosos, no caso aqui a peregrinação anual ao santuário de Silo, para adorar a Deus e oferecer sacrifícios.
Uma das mulheres, Ana, não tinha tido filhos. Por isso, e também porque apesar disso ela era a mais amada (1 Samuel 1.8), a outra “a provocava até ao ponto de ela se irritar” (v.6). Amargurada, Ana “derrama sua alma diante do Senhor” (v.15). Eli, o velho sacerdote, a observa desconfiada, achando que ela estaria embriagada (v.14). O sentimento de humilhação de Ana era tanto que ela só conseguia orar no seu íntimo (v.13), sem pronunciar alto as palavras, como era o costume. O diálogo termina com a bênção de Eli (v.17: “que o Deus de Israel te conceda o pedido que fizeste a Ele”) e o agradecimento de Ana (v.18).
Chegando em casa, o casal teve relações, e a prece de Ana foi respondida, como o sacerdote havia lhe consignado na bênção. Ana engravida. A narrativa vai direto ao menino que nasce (v.21), e que é chamado de Samuel (“Deus me ouviu”). Cumprindo o voto que fizera a Deus (v.12), Ana o cria até o desmame e aí “o devolve ao Senhor” (v.28): o consagra ao serviço do santuário.
Significativo, nessa história, é o momento em que aconteceu a “virada” no coração de Ana. Depois de derramar o coração diante de Deus e de receber a bênção para que sua oração fosse atendida, “a mulher se foi seu caminho, e comeu, e o seu semblante já não era triste” (v.18). A força da fé a move agora. Antes mesmo de se atestar que sua oração havia sido atendida. Essa força de sua fé vai se expressar de forma muito bonita no cântico de Ana, no próximo capítulo (1 Samuel 2.1-10).
Dia 232 – Ano 1