O trecho começa mostrando que Davi não confia nas palavras de Saul e toma medidas para ficar definitivamente longe do seu alcance (1 Samuel 27.1-4). Davi volta a Gate, cidade dos filisteus para a qual já uma vez ele tinha fugido (cf. 21.10). Aquis, o rei, dá a Davi e seus homens e suas famílias a cidade de Ziclague (v.6), onde eles se estabelecem. Durante algum tempo, Davi e seu bando ficam a serviço dos filisteus (v.7-10). Mas, por baixo do pano, ele ia fazendo articulações que o favorecessem futuramente. Davi fazia jogo duplo com Aquis: atacava os inimigos de Israel (v.8) e dizia a ele que tinha atacado os inimigos dos filisteus (ou seja, os israelitas e seus aliados, v.10), tomando a precaução de nunca deixar alguém vivo que pudesse delatá-lo (v.11). Parte dos despojos ia para Aquis, que estava feliz com a situação (v.12).
Enquanto isso, Saul ia ladeira abaixo. O capítulo 28 começa com a notícia de uma campanha militar dos filisteus contra Israel (28.1), e de como Saul ficou com medo (v.4-5). Uma pequena nota menciona de novo a morte de Samuel (v.3), para mostrar o desamparo de Saul. E também que Saul tinha eliminado do país os necromantes e os profetizadores (v.3).
O medo leva Saul a consultar o oráculo divino (v.6), mas Deus não mais respondia a Saul. Assim, no desespero ele procura uma necromante, buscando com ela a resposta que o Senhor lhe negava (v.7). O relato que segue é muito interessante, mas tem recebido interpretações divergentes. O texto não parece pôr em dúvida a veracidade dos fenômenos que relata.
Por um buraco no chão, a mulher faz subir o espírito de Samuel, como Saul tinha mandado. O espírito aparece com algum tipo de visibilidade, suficiente para que se reconheça a quem se refere (v.13-14). Samuel reclama de ter sido perturbado, Saul lhe fala de sua angústia, e Samuel repete a Saul que Deus o havia rejeitado (v.16-17), e prediz o que acontecerá no dia seguinte (v.18-19). Saul quase desmaia (v.20), e na mesma noite volta ao acampamento (v.25).
Dia 256 – Ano 1