“Haverá um rei sobre nós”, decretam os anciãos de Israel (1 Samuel 8.19), mesmo com a advertência divina. Essa foi a nota dominante do capítulo anterior. O presente capítulo narra o começo da execução da ordem que Deus havia dado a Samuel: “Atende a solicitação deles, dá-lhes um rei” (8.22). Começa no estilo normal de narrativa: “Havia um homem…” (1 Samuel 9.1). E apresenta o nome completo desse homem, o benjaminita Quis. É um jeito de indicar que algo importante vai acontecer. Quis tinha um filho, Saul, que de imediato é colocado no centro das atenções. O elogio a ele (v.2) faz pressentir que ele “será alguém” nessa história.
Um incidente rotineiro (v.3) leva Saul à região onde se encontra Samuel, o “homem de Deus” (v.6), e que o v.9 chama de “vidente”, esclarecendo que é o nome que “antigamente” se dava ao profeta. (Esse versículo mostra que o texto que estamos lendo foi escrito muito tempo depois dos acontecimentos que ele narra).
No dia anterior ao encontro dos dois, Deus havia dito a Samuel (v.15) que no dia seguinte levaria até ele um homem, ao qual Samuel devia ungir como “líder” do povo de Israel (v.16). A palavra naguid significa “líder”, “chefe”, “governante”. Deus evita dizer que Saul será méleq, “rei”. No outro dia, então, quando Samuel viu Saul, Deus sinalizou: “Este é o homem” (v.17).
A seguir, até o fim do capítulo, lemos a história de como Samuel recebeu Saul como convidado de honra num banquete (v.22-24), e como hospedou a ele e seu ajudante em sua casa (v.25-26). Saindo eles da cidade, no dia seguinte, Samuel convidou Saul a ficar mais um dia, para que pudesse dizer-lhe “a palavra de Deus” (v.27).
Tudo isso vai criando expectativa em torno de Saul e do reinado em Israel. O mais importante é que Deus continua presente e continua dirigindo a história do Seu povo, mesmo que ela não tenha tomado os rumos que Ele gostaria. Uma palavra importante também para nós hoje.
Dia 240 – Ano 1