Jeroboão II, que historicamente parece ter tido um próspero reinado, é sucedido por seu filho Zacarias, cujo reinado não dura mais que seis meses (2 Reis 15.8-9). Ele foi morto por Salum, que reinou durante um mês (15.10-14) e foi morto por Menaém. Menaém reinou por 10 anos (15.17-18). É durante o reinado de Menaém que aparece pela primeira vez um nome que vai causar muito arrepio dali por diante: a Assíria (15.19), que por esse tempo já havia se constituído em um império.
Menaém se submete aos assírios e faz com eles um “pacto de vassalagem”, com pagamento regular de tributos (15.20). É sucedido por seu filho Pecaías, cujo reinado dura só 2 anos. Pecaías morre pelas mãos de Peca, seu comandante militar (15.25-26). De todos esses reis de Israel é dito que “fez o que era mau diante dos olhos do Senhor”. Peca conseguiu se manter no poder por 20 anos. Nesse período os assírios se apossaram de uma parte do território israelita, e levaram cativa a sua população (15.29). Um mau presságio.
Enquanto isso, o reino de Judá assistia ao reinado mais longo de sua história. Azarias, também chamado de Uzias, reinou 52 anos em Jerusalém, e “fez o que era reto diante dos olhos do Senhor” (2 Reis 15.1-3). Mesmo assim teve lepra e foi obrigado a morar em lugar separado (15.5). Seu filho Jotão passou a dirigir os assuntos do reino. Jotão foi rei por 16 anos. Também ele “fez o que era reto diante dos olhos do Senhor” (15.34). No fim do seu reinado uma ameaça começa a pairar no horizonte. A geopolítica regional havia levado os reinos de Israel e da Síria a uma aliança (15.37), com pretensões de se estender para o reino de Judá, que ficava mais ao sul. No horizonte maior possivelmente estava uma resistência ao poder assírio.
Jotão, rei de Judá, foi sucedido por seu filho Acaz. Depois de um período inicial em que os reis de Judá (Roboão e Abias) haviam sido avaliados negativamente, o longo reinado de Asa havia sido de uma certa estabilização religiosa. Seu filho Josafá ainda a manteve. Depois dele, porém, Jeorão e Acazias enveredaram por “maus caminhos”, tanto que isso acabou propiciando a tomada do poder por Atalia. Joás, o príncipe que havia escapado da matança que Atalia patrocinou, é avaliado positivamente, como também seu filho Amazias e seu neto Azarias (Uzias) e seu bisneto Jotão, que nos traz ao ponto da narrativa em que agora nos encontramos.
Acaz, filho de Jotão, vai enveredar pelo “caminho dos reis de Israel” (2 Reis 16.2). Quando a aliança Síria-Israel ataca Jerusalém (o que é descrito em Isaías 7.1-9), Acaz pede socorro aos assírios, submetendo-se a eles (“sou teu servo, teu filho”, diz Acaz ao imperador assírio, 2 Reis 16.7). Os assírios, então, se voltam contra a Síria e invadem Damasco, sua capital (2 Reis 16.9). O restante de 2 Reis 16 é dedicado à postura idolátrica de Acaz. Visitando Damasco, ele se encantou com um altar que viu lá, e mandou o sacerdote Urias fazer um igual para colocar no templo em Jerusalém. Onde ele aproveitou para fazer um redesenho interno, além de ele próprio oficiar no altar (16.10-18). Urias, o sacerdote, é completamente subserviente (16.16). O texto não esconde sua indignação diante de tudo isso.
Dia 359 – Ano 1