Recebida a mensagem do rei assírio, o rei Ezequias manda mensageiros ao profeta Isaías (2 Reis 19.2). Isaías o tranquiliza com uma palavra do Senhor: foi a Ele, em primeiro lugar, que o rei da Assíria ofendeu (19.5). “Porei dentro dele um espírito, e ele ouvirá rumores e retornará à sua terra” (19.7). Rab Saqué, que havia levado a mensagem do rei assírio ao rei de Judá, volta e encontra o rei combatendo numa nova frente de batalha. E corre um rumor de que o rei da Etiópia estava marchando com seus exércitos para enfrentar os assírios. Com isso eles se viram obrigados a um recuo, mas não sem mandar uma mensagem ao rei de Judá. Estás pensando que vais te livrar dessa? (19.11).
Ezequias leva a mensagem ao templo e lá a estende diante do Senhor. E faz uma comovente oração (19.15-19). “Senhor, Deus de Israel, … só Tu és Deus, sobre todos os reinos da terra, Tu que fizeste os céus e a terra”. E suplica ao Senhor que ouça e veja as palavras com que o rei assírio “afrontou o Deus vivo”. O rei de Judá admite que os assírios têm assolado as nações e destruído seus deuses, que na verdade não são deuses. “Salva-nos deles, e que saibam todos os reinos da terra que Tu, Senhor, és o único Deus”.
O profeta Isaías manda dizer ao rei, em nome de Deus: “Eu te ouvi”, diz o Senhor. E ao rei assírio, Deus comunica o desprezo com que ele é visto por Jerusalém, por causa da sua arrogância. “A virgem, filha de Sião”, “a filha de Jerusalém” sacode a cabeça em desprezo ao poderoso imperador (19.20). Não foi primeiramente Judá ou seu rei que ele afrontou, e sim “o Santo de Israel” (19.22). Sobre os feitos de que ele se gaba, Deus lhe manda dizer: há tempo tenho planejado tudo isso, e agora faço com que se execute, e eu quis que tu o executasses (de certa forma confirmando, assim, as palavras do rei assírio em 18.25, de que Deus o tinha incumbido dessa missão). Sei tudo sobre ti e o que se passa contigo. Chegou o tempo de te colocar em teu verdadeiro lugar (19.21-31). Quanto a Jerusalém, eu próprio a defenderei (19.34), diz o Senhor.
O capítulo termina com a seguinte notícia: “E eis que, naquela noite, saiu o Anjo do Senhor e atacou o acampamento assírio, 185 mil homens” (19.35). Pela manhã, estavam todos mortos. E assim o grande imperador se vai de volta a Nínive, sua capital. Lá, estando ele a adorar o seu deus Nisroque, ele é atacado e morto, talvez por seus próprios filhos (como é dito no texto paralelo de 2 Crônicas 32.21).
E assim termina uma história que, na narrativa do Livro dos Reis, serve de contraponto ao deprimente relato da decadência e destruição do reino de Israel pelas mãos dos assírios. Quando o rei se apega a Deus e Sua palavra, como faz aqui o rei de Judá, o coração de Deus se move. E vemos sempre de novo o que é dito em 2 Reis 13.23: “o Senhor teve compaixão deles, e se enterneceu para com eles”, o Senhor que é o Criador dos céus e da terra, o único Deus, o Deus “de todos os reinos da terra” (19.15).
Dia 362 – Ano 1