No livro de Deuteronômio, os israelitas continuam acampados no mesmo lugar em que estão já desde o relatado em Números 22. Aquele acampamento, visto do alto, tanto impressionou Balaque, rei de Moabe, que ele tentou contratar um xamã, Balaão, para que fizesse uns passes contra aquele povo. Mas o anjo do Senhor, que se acampa ao redor do Seu povo (Salmos 34.7), o blindava contra qualquer coisa desse tipo.
O livro de Deuteronômio é estruturado como uma série de discursos de Moisés ao povo acampado na planície de Moabe, perto do Jordão, antes de atravessarem o rio. É uma espécie de explicação comentada (Deuteronômio 1.5), da Instrução dada no Sinai, lá no começo da marcha pelo deserto.
O primeiro dos discursos se estende até Deuteronômio 4.43. Depois de uma pequena introdução que situa os acontecimentos (1.1-5), Moisés reconta a história do povo nos quarenta anos que passaram desde a saída do Egito (1.3). Dois episódios marcantes daquela época são contados de novo. O primeiro é a nomeação de uma “equipe de governo” (1.9-18). O segundo é o do envio de um grupo de batedores, na chegada à região montanhosa dos amorreus, por onde originalmente eles subiriam e dariam início à tomada da terra (1.19-25). A incredulidade da grande maioria (1.26-33) resultou no castigo que definiu o destino de toda aquela geração: a peregrinação pelo deserto (1.34-40). Durante muitos anos, eles ficaram acampando na região chamada de Cades-Barnéia (1.46).
Durante esse tempo, a preocupação com o cotidiano, com “os cuidados do mundo” (Marcos 4.19) muitas vezes deve ter feito o povo de Deus esquecer, ou deixar de perceber e reconhecer, como naquele deserto Deus “os carregou como alguém carrega seu filho” (Deuteronômio 1.31) e foi sempre adiante deles, por todo o caminho (1.33).
Dia 152 – Ano 1