Nesses últimos dias, temos acompanhado as falas de Moisés ao povo israelita acampado às margens do Jordão, nas campinas de Moabe. Juntas, elas compõem o livro de Deuteronômio, o quinto livro da Torá, o Pentateuco, a Instrução divina que iluminaria e guiaria o povo na terra que lhe fora prometida, e segundo a qual aprenderia a viver nessa nova terra.
Nesse momento, Moisés faz uma revisão de prescrições e leis que considera importante repetir e comentar. Apresentar a Deus uma oferenda com defeito (Deuteronômio 17.1) era grave, pelo que representava. A pessoa parecia querer ficar com o melhor para si, enquanto para Deus qualquer coisa servia. Mas a Instrução tem repetido sempre de novo que é só colocando Deus em primeiro lugar que a pessoa vai descobrir o que realmente é o melhor para si.
A idolatria (17.2-7) é grave por comprometer o fundamento de tudo, e assim comprometer o projeto divino como um todo. O povo precisava aprender que servir a Deus não é fardo, é libertação, e que a aparente liberdade expressa no servir aos ídolos era de fato uma prisão.
A prática ordeira do direito (17.8-13) garantiria ao povo a estabilidade e a tranquilidade necessárias para que se aprendesse em Israel a fazer a coisa que era a mais importante e necessária: a leitura e a meditação diária na Palavra de Deus (7.14-20). Em termos imediatos, essa última passagem se refere ao rei que Israel futuramente escolheria (v.15), mas logo, e com razão, o que diz nela veio a se tornar um ideal de vida dos piedosos em Israel.
Ter consigo o livro em que se encontra a Palavra de Deus e ler nele todos os dias, aprendendo dele a temer a Deus e a guardar no coração as Suas palavras: assim as pessoas aprenderão a ver no próximo alguém ao seu lado, nem acima, nem abaixo (v.20). Aqui temos o fundamento último de uma ética justa e humana.
Dia 168 – Ano 1