Passados quase 40 anos (Deuteronômio 2.14), encontramos o povo pronto para uma nova marcha, que o levaria à planície de Moabe, em frente ao rio Jordão, por onde eles entrariam na terra prometida. Todo o capítulo 2 é dedicado a recontar os preparativos e comentar o itinerário dessa caminhada. Não esquecendo de mencionar que “estes 40 anos o Senhor teu Deus esteve contigo, coisa nenhuma te faltou” (2.7).
Um problema especial, que sempre de novo aparece, é o das populações locais a quem Deus havia destinado as terras onde elas agora habitavam. Deuteronômio 2 fala de duas delas, aparentadas de longe com os israelitas. Uma são “os filhos de Esaú”, descendentes de outro neto de Abraão, irmão de Jacó, que habitavam a região montanhosa de Seir (2.4-13). A outra são “os filhos de Amom”, descendentes de Ló, sobrinho de Abraão (2.16-23), que ocupavam a região de Moabe.
Estes povos deviam ser tratados com respeito. A terra deles era deles, Deus a tinha dado a eles. Mas os israelitas tinham que passar por elas para chegar ao seu destino. Isso sempre envolvia uma negociação nada fácil, pois havia o temor de uma invasão. Segundo Moisés, eles haviam tido sucesso na passagem por Seir e pela fronteira de Moabe (2.29). Agora tinham que passar pelas terras de Siom, na região de Hesbom (2.26). Mas este não permitiu que eles passassem, e saiu à guerra contra eles (2.30-32). A vitória israelita nessa guerra foi atribuída a Deus (v.33; cf. o v.31). Com satisfação, Moisés conta que eles massacraram todos os homens, mulheres e crianças (v.34). Saquearam todas as cidades daquele reino, eliminando a sua população (v.36).
Essa perspectiva sanguinária é um problema para leitores desses textos hoje, e tem sido um problema também para outras gerações. Num momento crucial na caminhada do povo e na narrativa bíblica como um todo, Deus revela Seu coração a Moisés: “Deus de graça e compaixão, longânimo, cheio de amor e verdade” (Êxodo 34.6).
Dia 153 – Ano 1