Entre as coisas que nos têm sido reveladas na Palavra de Deus, está a Sua grande paciência, que vem de um amor que “tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta”, que “jamais acaba” (1 Coríntios 13.7-8).
A narrativa bíblica não tem ilusões quanto a que o povo vá aprender de uma hora para outra. Percalços e perigos ameaçarão sempre de novo essa vida e esse aprendizado. Mas sempre de novo a compaixão amorosa de Deus sofre, suporta, espera. Deus continua acreditando em nós. Essa é a tônica de Deuteronômio 30. A linguagem é carinhosa. Notem a repetição: “o Senhor, teu Deus, (fará isso, fará aquilo …)”.
Estejamos onde estivermos, em que condições estivermos, sempre haverá possibilidade de “ouvir a voz” de Deus, voltar a Ele de coração, aprender ou reaprender a seguir Seus mandamentos (Deuteronômio 30.10). Quem ama, quer a companhia da pessoa amada. E quem é amado desse jeito, aprende a amar de volta.
No seu núcleo, no seu espírito, na sua essência mais própria, o Mandamento não é algo distante, difícil demais (v.11-13). Na verdade ele é a coisa mais perto de nós que existe. Mais perto de nós do que nós mesmos (v.14). A vida que o Mandamento carrega é a vida boa, a vida como Deus a quer para nós. O “eu” que vai se amoldando ao Mandamento não vai se desfigurando, isso o pecado faz com ele. Vai, é se reconfigurando, gradualmente, em sua identidade do começo. Voltando, pelo Espírito da liberdade que leva à liberdade do Espírito, a refletir a imagem de Deus (cf. as belas reflexões de Paulo em 2 Coríntios 3.17-18). Sendo aquilo que, no coração de Deus, nunca deixou de ser, mas que agora é realizado concretamente em nossas vidas.
Mas como esta vida surge do amor, e amor não pode ser imposto, o Mandamento nos coloca diante da nossa própria decisão: pela vida ou pela morte, o bem ou o mal (v.15-20). O convite amoroso de Deus é: escolhe a vida! (v.19).
Dia 180 – Ano 1