O que havia sido anunciado no capítulo anterior é agora realizado. Moisés sobe a um dos lugares mais elevados da região (Deuteronômio 34.1), de onde ele podia ter uma visão panorâmica (v.1-3) da terra prometida (v.4). E ali ele morre, com três vezes quarenta anos (cento e vinte anos, v.7).
Moisés logo se torna uma figura reverenciada pelo povo. A narrativa bíblica fala tanto de suas forças como de suas fraquezas. Não é por nossas forças ou por nossas fraquezas que temos nosso lugar nessa história. É pelo amor sempre forte de Deus, que justamente por ser assim assumiu as nossas fraquezas, como os textos bíblicos vão aos poucos mostrando.
“Nunca mais surgiu em Israel um profeta como Moisés” (v.10). Com ele Deus falava face a face (v.10). De fato Moisés foi, em certo sentido, único. Por outro lado, o próprio Moisés tinha expressado, uma vez, um desejo, que todos pudessem ser como ele: “Quem dera todo o povo de Deus fosse profeta, que o Senhor lhes desse o Seu Espírito ” (Números 11.29).
Tempos depois, um profeta anunciará em Israel a boa nova de que Deus “derramará o Seu Espírito sobre toda a humanidade, e os filhos e as filhas de vocês profetizarão” (Joel 2.28). Mais tarde, um dia um homem simples do povo pedirá a palavra num lugar cheio de gente, e lerá estas palavras proclamando que, o que o profeta tinha anunciado, estava acontecendo (Atos 2.16).
Em meio à sua humanidade, não ocultada mas carinhosamente mostrada na narrativa bíblica, Moisés foi único porque viveu a experiência do Humano do começo: estar com Deus face a face (Gênesis 3.8-10). E é isso que faz dele um profeta especial. Também a nós está prometida essa experiência que Moisés profetiza com sua vida: estar juntos, face a face, com Deus (Apocalipse 22.4). Nesse momento, a Instrução terá alcançado seu objetivo, e não precisaremos mais de palavras.
Dia 184 – Ano 1