Deuteronômio 6 contém três jóias muito preciosas. Aprender a relacioná-las adequadamente umas com as outras, é chegar ao coração da teologia bíblica. Comecemos pela primeira e pela terceira, que como que rodeiam e abraçam a segunda.
A oração mais curta e mais frequente no judaísmo é uma frase dirigida ao povo e a cada indivíduo dentro dele. É o shemá, que significa “ouve”, e que é a primeira palavra de Deuteronômio 6.4, um versículo que no hebraico tem só seis palavras e que é difícil traduzir exatamente: “Ouve, Israel, o Senhor é o nosso Deus, o Senhor, o Único”.
Israel aprendeu a conhecer esse Deus não tanto em tratados teológicos, mas caminhando com Ele através da história. Isso é enfatizado na terceira das jóias, que tem sido chamada de “credo” israelita: uma das primeiras confissões de fé que encontramos na Bíblia (Deuteronômio 6.20-24). Bem entendida, a frase que mencionamos acima (6.4) já é uma confissão de fé muito sucinta. Esta, agora, a expande para dentro da história do povo.
Quando as futuras gerações perguntarem o que significa a Instrução que encontramos na Bíblia (v.20), a resposta aponta para o que Deus fez na vida do Seu povo. “Fomos escravos no Egito. Mas o Senhor nos libertou” (v.21-22). E, para que pudéssemos ter uma vida boa e longa, nos deu esta Instrução (v.24). A Instrução, portanto, quer aprofundar a libertação, assegurando uma vida boa aos libertos, na terra que Deus criou.
A segunda jóia, no meio das outras duas, resume a relação de cada pessoa com Deus: “Ama ao Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma, com toda a tua força” (Deuteronômio 6.5). Ela é parte do resumo da Bíblia que Jesus fez, quando lhe perguntaram sobre o que é o mais importante (Mateus 22.34-40). A outra metade do resumo de Jesus se encontra em Levítico 19.18: “Ama ao teu próximo como a ti mesmo”.
Dia 157 – Ano 1