Deuteronômio 8 nos abre como que uma janela para o coração de Deus, nos permitindo ver um pouco dos sentimentos que O movem ao longo das histórias bíblicas, umas mais bonitas e outras mais tristes, sobre as quais temos estado meditando.
O capítulo começa com uma exortação de caráter geral (v.1), seguida de uma fala que mostra os 40 anos no deserto pelo lado do propósito divino (v.2-5). Segue-se uma exortação à obediência (v.6-10) e uma advertência quanto à não-obediência (v.11-20). Esta última está recheada de observações que querem encorajar. Uma delas (v.14-16) resume o que foram aqueles anos todos, desde o ângulo do cuidado divino.
Deus os tirou da escravidão no Egito e os conduziu por um deserto cheio de perigos, sempre de novo provendo o necessário aos Seus filhos. A Bíblia sabe falar disso em tons afetuosos. “Carreguei vocês sobre asas de águias” (Êxodo 19.4). Pelo deserto Ele os levou “como um homem carrega seu filho” (Deuteronômio 1.31). “Sabe, pois, no teu coração que, como um homem disciplina a seu filho, assim te disciplina o Senhor teu Deus” (Deuteronômio 8.5).
Essa intenção pedagógica é esclarecida com mais detalhes nos v.2-5. Tudo que sucedeu aos israelitas nesses anos todos foi aproveitado por Deus com propósitos pedagógicos. Ele precisava conhecer melhor seus corações (v.2). Precisava mostrar ao povo escolhido que o ser humano precisa, sim, de comida e bebida (e isso Ele lhes deu, v.15-16). Mas ser humano é mais que isso. É ter uma relação profunda e vivencial com a Palavra de Deus. “Nem só da comida o ser humano tira energia para continuar vivendo, mas de todas as palavras que Deus lhe fala” (v.3).
Também as nossas caminhadas em nossa vida são amorosamente acompanhadas por Deus, mesmo que às vezes não o percebamos. Um dos propósitos da Bíblia é nos ajudar a perceber que não é bem a nossa força que nos leva adiante (v.17), mas que a nossa força vem de Deus (v.18), que é fiel aos compromissos que assume (v.18).
Dia 159 – Ano 1