O faraó ainda não tinha jogado a toalha. Assim, o próprio Deus prepara um último movimento contra o faraó e seu exército, para que os egípcios reconheçam que Ele é Deus (Êxodo 14.4). Pensando que os israelitas estavam desorientados, e tendo se arrependido de deixá-los ir embora, o faraó e seu exército saem em sua perseguição (14.6-9).
Significativa, aqui, é a reação dos israelitas, ao verem o exército egípcio vindo contra eles. Uma reação que ainda veremos muitas vezes, sempre que algum problema maior aparece. O medo e o clamor a Deus (v.10) são compreensíveis. Mas o jeito como apontam o dedo para Moisés, acusando-o de ser o responsável por essa situação toda (v.11-12) mostra como eles ainda tinham muito a aprender. A libertação da escravidão não havia conseguido livrá-los de uma atitude subserviente, de achar que, pensando melhor a escravidão “até que estava mais ou menos”, porque tinham o que comer. À medida em que se afastam do Egito e enfrentam situações problemáticas, eles tendem a esquecer a dureza do passado e lembrar coisas que agora pareciam boas, lamentando terem sido tirados de lá (como dizem explicitamente a Moisés no v.11). Moisés, por seu lado, mostra que os últimos acontecimentos lhe haviam trazido uma fé mais interiorizada e amadurecida (v.13-14).
A segunda parte do capítulo (14.15-31) contém uma das histórias mais conhecidas do Antigo Testamento. Primeiro, o Anjo que acompanhava os israelitas se coloca, com a nuvem, entre eles e os egípcios, impedindo estes de alcançarem os israelitas (v.19-20). Segundo, um forte vento abre caminho pelo meio da água, dividindo-a e permitindo aos israelitas atravessarem o mar a pé (v.21-22). Terceiro, quando os egípcios foram atrás deles, o vento mudou de direção e eles foram submergidos pelas águas (v.23-29). Os israelitas, então (v.31), depois de tudo isso, passaram a confiar em Deus e em Moisés (no momento, pelo menos!).
Dia 67 – Ano 1