O trecho anterior terminou com um resumo: por quarenta anos o povo comeu do maná no deserto (Êxodo 16.25). O trecho de hoje começa com uma panorâmica de uma etapa da caminhada pelo deserto. Êxodo 17.1 nos traz “de volta à realidade”: não havia água para beber. Será que o povo aprendeu alguma coisa com as experiências anteriores?
Não parece. “E o povo brigou com Moisés” (v.2; “murmurou”, v.3). A acusação é absurda: acusam Moisés de querer matá-los (v.3). “Só falta me apedrejarem”, queixa-se Moisés (v.4). Ele leva a questão a Deus (v.4), e Deus lhe dá um bom encaminhamento (v.5-6). Comentando o que aconteceu, o v.7 faz uma acusação grave. O povo “tentou” a Deus. Mais tarde, Deuteronômio 6.16 vai dizer: “Não tentarás o Senhor, teu Deus, como o tentaste em Massá”. E Jesus, muito mais adiante, repreenderá o Tentador citando estas palavras (Mateus 4.7). O povo de Deus estava sendo um obstáculo para Deus. O povo de Deus estava sendo o Tentador, o inimigo! Que isso é possível, veremos inclusive no Novo Testamento, quando o próprio líder dos discípulos faz o jogo do Adversário (Marcos 8.33).
A dúvida assim semeada tinha graves implicações: está Deus realmente conosco? (Êxodo 17.7). A história que segue (17.8-16) mostra que sim, mas mostra também que Deus quer estar conosco de um jeito que não nos isente de assumir a nossa parte. Que Ele quer agir através de nós, e que no Seu entendimento é assim que tem que ser. Numa batalha contra os amalequitas (v.8), a intercessão de Moisés foi o elemento mais decisivo (v.11). Os companheiros se juntaram a ele, em sua fragilidade (v.12), e assim a batalha foi ganha (v.13).
Dia 70 – Ano 1