Estamos lendo as instruções que Deus deu a Moisés, no alto do monte, para a construção de uma tenda (o “tabernáculo”) que seria a tenda de Deus no acampamento de Seu povo. Com esta Tenda, temos uma nova etapa no desenrolar do projeto divino de reconciliação. O fosso que separa Deus do mundo e da humanidade começa a ser transposto, da parte do próprio Deus. Tudo está sendo preparado para esta vinda de Deus.
É fundamental que o povo aprenda, neste processo todo, que Deus é Deus. Mesmo acampando entre nós, Deus deve ter Sua santidade respeitada, concretamente. Aprender a resguardar a santidade de Deus é ir aprendendo a resguardar a santidade de cada ser humano, Sua imagem.
Em Êxodo 27, temos instruções para a construção de um altar para os sacrifícios e as oferendas (27.1-8), seguidas de instruções para que se faça na Tenda um pátio externo (27.9-19). Por fim, uma pequena nota sobre o azeite para o candelabro que fica no Lugar Santo, dentro da Tenda, que devia ficar aceso permanentemente (27.20-21). As divisões dos espaços na tenda refletem a forma como os antigos hebreus concebem a sua relação com Deus. Há duas divisões básicas: o sagrado e o profano. Na Tenda, o espaço do profano é o do pátio externo. Este é o lugar para as pessoas “comuns”. O espaço do sagrado é o da área interna da Tenda. Ele é dividido em dois. Um lado se conecta com o pátio externo. É o Lugar Santo, onde os sacerdotes realizam os ritos de expiação e purificação. O lado mais interno é o Santíssimo, a “morada de Deus”. Entre estes dois há um véu, uma cortina que os separa.
Mais adiante veremos que esta divisão é transitória. Ela contribui para a (re)aproximação possível, naquele momento do processo pedagógico de Deus com Seu povo. É um passo adiante, ao criar um espaço mais permanente para Deus no meio do povo. Mas não é ainda o mundo reconciliado, como Deus o quer. O véu ainda separa.
Dia 80 – Ano 1