No capítulo anterior vimos como foram pensadas, em detalhes, as vestes que os sacerdotes usariam para exercer a sua função. Em Êxodo 29 são planejadas, meticulosamente, as cerimônias de consagração desses sacerdotes. Não é simplesmente dizer “você e você”, e já temos as pessoas que farão a mediação entre o povo e Deus e entre Deus e o povo. Não são decisões nossas que tornam uma pessoa apta para essa tarefa.
As pessoas escolhidas por Deus precisam passar por ritos que as “santificarão”, as “colocarão à parte”, as separarão para este serviço. Só assim elas poderão pisar o novo espaço criado para ficar entre o espaço do povo (o pátio) e o espaço de Deus (o Santíssimo), e ali realizar as expiações e purificações dos pecados e das impurezas que continuamente nos separam de Deus. Essa é a ideia da instituição do sacerdócio, que vai ser tão importante na vida dos israelitas.
No capítulo 28 vemos que os nomes das doze tribos de Israel estariam inscritos sobre o “peitoral”, a parte de cima da veste sacerdotal (Êxodo 28.15-21). O sacerdote levará os nomes dos israelitas no peito, no coração, quando se aproximar de Deus (28.29-30). E Deus se lembrará do Seu pacto amoroso com Seu povo. Essa é a essência do sacerdócio. Todo o restante das atividades ligadas a esse ofício não deveria nos fazer esquecer isso, a única coisa que realmente importa.
“Levar no coração”, aqui não deveria, como nada nestes capítulos deveria, ser uma formalidade. A mensagem ligada ao sacerdócio, por enquanto tarefa de algumas pessoas escolhidas, quer preparar o povo para um dia serem todos sacerdotes, levando uns aos outros no coração. Até lá ainda haverá muito chão. Andando é que se aprenderá.
Dia 82 – Ano 1