A resolução da crise (Êxodo 32) leva a um aprofundamento na relação entre Deus e Moisés (Êxodo 33). Deus pretende tomar uma distância maior do povo. A partir de agora, seria melhor seu Anjo ir com eles (32.34; 33.2). Sua presença no meio deles os colocaria em perigo (33.5). Mas se o povo se torna menos confiável, Moisés se torna mais confiável. Deus lhe dirige palavras carinhosas (33.12,17), que lhe asseguram que Deus está com ele e o conduzirá à terra prometida. Moisés, solidário com o povo, pede que a graça dispensada a ele se estenda de novo a todos, e que o Senhor continue indo junto com Seu povo (34.9). E mais uma vez, Deus se deixa convencer por Moisés (cf. Êxodo 32.11-14).
Solucionada a crise, é hora de prosseguir. O Deus “cheio de compaixão e boa disposição, longânimo e cheio de amor e verdade” (Êxodo 34.6) dá de novo ao povo os Mandamentos, “as mesmas palavras que estavam nas primeiras tábuas” (34.1), que haviam sido quebradas. Desta vez, as pedras não são mais feitas pelo próprio Deus (32.16), mas por Moisés (34:1). Isso é significativo, porque mostra um avanço na história, apesar de tudo que aconteceu. Deus vai confiando responsabilidades aos Seus filhos. É parte de sua aprendizagem.
O restante do capítulo reforça uma questão central dos Mandamentos, não ter outros deuses (Êxodo 34.10-17). Reforça também que, para que o povo tenha o Senhor como seu único Deus, é importante reservar tempos especiais para Ele: o shabat semanal (v.21), as três festas anuais (v.18-20; 22-23).
Quando Moisés volta da presença do Senhor, seu rosto brilha, e ele tem que usar um véu para ficar no meio do povo, que ficou com medo. Mais tarde, o apóstolo Paulo dirá que o povo que vive na presença de Deus não precisará mais de véu, e que os rostos de todos brilharão como o de Moisés (2 Coríntios 3.16-18).
Dia 87 – Ano 1