Uma questão que incomodava muito Abrão é que Sarai, sua mulher, não podia ter filhos (cf. Gênesis 11.30). Abrão reclama abertamente de Deus. Justificadamente, pois ter filhos tinha sido parte da promessa de Deus (Gênesis 12.2). Agora ele estava ficando velho, e nada. Deus sente que é hora de intervir, e chama Abrão para uma conversa. Deus lhe assegura que ele há de ter muitos filhos (15.4-5). A reação de Abrão é registrada em poucas palavras, que dizem tudo: ele “creu, confiou no Senhor” (15.6). Vendo a reação de Abrão, Deus reforça mais uma vez a promessa (15.7). Pede a ele que prepare um sacrifício (15.9-10). Ao anoitecer, Abrão cai num sono profundo (v.12). São momentos em que Deus pode falar direto na alma (v.13-16). Na visão do sonho, Deus lhe dá um sinal, uma tocha de fogo passando pelo meio das partes do sacrifício (v.17).
Naquele dia, Deus fez um pacto, uma aliança, com Abrão (Gênesis 15.18), como tempos atrás Ele havia feito com Noé (Gênesis 9.8-17). A aliança com Noé se estende a toda a humanidade e toda a terra. A aliança com Abrão se estende a uma parte da humanidade e a uma parte da terra.
Entender a relação entre estes dois pactos é muito importante para compreendermos os rumos da narrativa bíblica. O propósito da aliança mais restrita (a de Abrão) não é substituir a aliança mais ampla (a de Noé), mas justamente assegurar sua realização. Através deste pequeno povo, nesta pequena terra, Deus abençoará toda a humanidade, como Ele tinha dito a Abrão (Gênesis 12.3).
Dia 24 – Ano 1