Apesar das promessas, os problemas continuam. “Sarai, mulher de Abrão, não lhe dava filhos” (16.1). Uma vez que Deus estava demorando, a própria Sarai resolveu tomar a iniciativa. Naquela época, o filho de uma escrava podia ser assumido legalmente como filho da patroa. Assim, Sarai cede sua serva Hagar a Abrão, para ter um filho através dela. Hagar engravida, e isso deixa as relações entre as duas muito tensas. A ponto de Hagar fugir (v.6). Um anjo de Deus a encontra, e a convence a mudar de ideia e voltar para a casa de sua senhora (v.7-9). O filho de Hagar, disse o anjo, viveria e teria muitos descendentes (v.10).
O nascimento do menino, Ismael, é registrado com poucas palavras, mas com uma entonação que deixa claro que aquele ainda não era o fim da história, e que na verdade nem era o jeito de Deus realizar sua promessa a Abrão. Ismael é “o filho que lhe dera Hagar” (v.15), com uma insinuação de que este não era o filho prometido.
Essa história ilustra como a relação entre os propósitos de Deus e os nossos nem sempre são isentas de problemas. Às vezes vacilamos em nossa fé, em nossa confiança de que Deus faz tudo muito bem, e que “há um tempo para todo propósito debaixo do céu” (Eclesiastes 3.1). E aí fazemos as coisas do nosso jeito. E acabamos criando problemas que mais tarde podem gerar mais problemas. Abrão já tinha podido ver isso naquela temporada no Egito (Gênesis 12.10-20). A referência à idade de Abrão em 16.16 (“tinha 86 anos”) poderia sugerir que de fato, do ponto de vista humano, já era tempo de que a promessa divina se cumprisse.
Dia 25 – Ano 1