Gênesis 17

Gênesis 17

“Abrão tinha 99 anos” (Gênesis 17.1). Dá quase para sentir a impaciência no ar. E ainda, em vez de ir direto ao ponto, Deus fica de conversa com Abrão. Primeiro vem todas as explicações sobre um pacto, ou aliança, que Deus faz com ele (cf. 15.12-21). Tem duas coisas a mais, aqui, que estabelecem este pacto definitivamente. Primeiro, Abrão recebe um novo nome: Abraão. Depois vem a questão do sinal do pacto, a circuncisão. 

Só aí Deus começa a quebrar o suspense. Sarai, mulher de Abraão, também recebe um novo nome: Sara. São pequenas alterações nos nomes, que indicam grandes mudanças na vida. E aí vem o grande anúncio: Sara terá um filho. O riso de Abraão (v.17), misto de incredulidade e alegria, leva à escolha do nome do menino que nascerá: Isaque (“riso”). Também Sara vai rir (Gênesis 18.12). E a notícia do nascimento do menino provocará em muitos o mesmo riso (21.6-7), sinal do poder divino e da humanidade humana.

A parte final do capítulo (17.23-27) é um testemunho da grandeza espiritual de Abraão. O riso quase incrédulo é uma faceta dele que a Bíblia não esconde. Mas ele crê, no sentido bíblico: confia em Deus. E no fim é o que mais importa. O texto enfatiza que “naquele mesmo dia” ele cumpre a determinação divina (v.23). A circuncisão, além de sinal permanente da aliança de Deus com Abraão e seus descendentes, neste ponto da narrativa serve como purificação física, no genital masculino. O anúncio de que Abraão se deixou circuncidar aos 99 anos (v.24) como que antecipa boas notícias.

Dia 26 – Ano 1