A luz que surgiu por ordem divina é boa (v.4). O pensamento de Deus é palavra que, animada pelo Espírito, se concretiza de uma forma que corresponde ao que Deus cria em Seu coração.
Deus dá nome a cada coisa. Temos que ter um certo cuidado em não identificar demasiado as palavras com as coisas. O próprio texto mostra isso. No v.4, “escuridão” é, ao mesmo tempo, a condição originária de antes da criação e uma parte de um dia. A “luz” é, ao mesmo tempo, a condição original da criação e uma parte de um dia. E mesmo a palavra “dia” deve ser entendida num duplo registro. É um dia normal, com luz e escuridão e, ao mesmo tempo, um período indefinido de tempo. O sol, que marca a passagem dos dias, só será criado no quarto dia.
Depois de criar a luz, a matéria-prima de toda a criação, Deus separa a luz da escuridão. “A luz brilha na escuridão, e a escuridão não pode contê-la” (João 1.5). A escuridão permanecerá como lembrança de que a criação é um milagre que se repete constantemente.
No segundo dia, Deus faz uma separação dentro da criação. As águas do escuro abismo primordial (Gênesis 1.2) são atravessadas pela luz, resultando no “firmamento” que separa as águas em dois conjuntos. O “firmamento” é o nosso céu, a abóbada celeste. Temos alguma dificuldade em compreender certos aspectos deste texto. Porém, isso não nos impede de cantar: “Os céus proclamam a glória de Deus, o firmamento anuncia as obras de Suas mãos” (Salmos 19.1).
Dia 3 – Ano 1