Um furacão interrompe, subitamente, o sossego de Abraão. No capítulo anterior ele havia “perdido” seu filho Ismael. Agora, uma coisa absolutamente sem explicação acontece. Deus pede a Abraão, em sacrifício, o filho que havia restado, Isaque (v.2: “teu filho, teu único filho”).
Difícil imaginar o que foi o resto daquela noite para Abraão. De manhã ele levanta, arruma tudo “e vai” (v.3), caminho de três dias. Três longos dias, em que Abraão deve ter morrido cem vezes. No fim de uma vida que ele dedicou ao chamado e à promessa divina, tudo se reduz a nada. Sem Isaque, tudo acaba. Entre entender e obedecer, ele obedece. No último momento, Deus intervém e salva o menino, e congratula Abraão. Aí se esclarece que se tratava de colocar a fé de Abraão à prova (v.1), para ver se ela era um lastro suficientemente forte para tudo que Deus queria construir em cima. Nos v.17-18, Deus renova a bênção a Abraão.
Depois deste episódio, Abraão recebe notícias (22.20-24) de que também seus familiares foram agraciados por Deus com descendentes. Esta pequena nota já vai preparando caminho para histórias que vêm a seguir, em que o filho e depois o neto de Abraão, retomam os laços com sua família de origem.
Gênesis 23 nos fala da morte de Sara e da negociação para a compra de um lote de terra para enterrá-la. Sua importância na narrativa do Gênesis é que este pequeno lote é tudo que Abraão possui, ao fim de sua vida, da terra que Deus lhe prometera. Quase nada, em comparação com o tamanho do que fora prometido. Mas já alguma coisa, um chão firme para fortalecer a fé.
Dia 31 – Ano 1