O trecho de hoje começa com uma nuvem escura no ar: Jacó, o herdeiro da promessa, se vai “para o leste” (Gênesis 29.1), de onde Abraão fora chamado no início de toda esta história. Mais uma vez temos lá um encontro junto ao poço (v.2). Só que desta vez não é o servo de Abraão que encontra mulher para o filho de seu senhor (Gênesis 24.11). Agora é o neto de Abraão que encontra a mulher que rouba o seu coração. Jacó se apaixona por Raquel. Este amor lhe custa 14 anos de trabalho.
Os detalhes desta história muito humana são para ser lidos, e não comentados. Aqui queremos refletir sobre a conexão maior que liga estas pequenas histórias umas às outras. O “grande momento” da revelação divina vai ficando submergido em meio ao cotidiano de famílias que lutam pela vida. Pequenas intrigas domésticas vão constituindo o “dia seguinte” do momento forte em que Deus apareceu no sonho a Jacó. Onde está Deus no meio disso tudo, poderíamos perguntar. E talvez seja esta a pergunta que o texto bíblico quer que a gente faça.
Os anos vão passando, e “nada acontece”, para um olhar que se fixa demais em momentos “fortes”. Um olhar assim pode até imaginar que Deus tenha se retirado. Mas não. Ele só está deixando espaço para que nós nos movimentemos, para que nós aprendamos a nos movimentar neste Seu mundo. Se o fazemos de jeitos bem humanos, infantis mesmo, isso parece não incomodá-Lo tanto. Importante, do Seu ponto de vista, parece ser que nós aprendamos a aprender. Ele fica atento, a alguma distância, às vezes preocupado, mas sempre o Pai/Mãe “coruja” que a Bíblia mostra que Ele é. Quando o tombo ameaça ser grande demais, Ele intervém do Seu jeito (anjos estão sempre subindo e descendo).
Dia 37 – Ano 1