O Livro de Gênesis pode ser lido como uma história de “genealogias”, de listas de gente com suas histórias. A primeira lista/história começa em 2.4, a “história da descendência dos céus e da terra”. Deles surge a poeira do chão, e dela surge o ser humano. O ser humano é filho da terra e dos céus. Como ele foi esquecer isso?
Esquecendo que somos filhos e filhas dos céus, esquecemos nossa origem e nossa identidade em Deus (pior: criamos nossos próprios “céus” e nossos próprios deuses). Esquecendo que somos filhas e filhos da terra, passamos a dominá-la, usamos e abusamos dela.
Em Gênesis 2.7, a criação dos humanos é contada por outro ângulo. Deus cria um adam (ser humano) da adamá (terra). Deus molda a sua estrutura corporal, e sopra em suas narinas nishmat haiím, que se poderia traduzir como “sopro de vida”. Só que tendemos a esquecer que é da vida de Deus que o texto está falando.
O sopro de Deus é pessoal, amoroso, inteligente, cheio de vida, vida eterna. Quando este sopro entra em contato com a estrutura corporal criada por Deus, surge uma criatura personalizada, amorosa, inteligente, cheia de vida: uma néfesh haiá, uma “alma viva” (Gênesis 2.7). O ser humano que Deus cria, portanto, é constituído por estes três elementos: o corpo, o sopro (espírito) divino e a alma que lhe dá sua “personalidade”, e que inclui energia vital, emoções, afetos, inteligência, vontade.
Dia 6 – Ano 1