O trecho de hoje continua as movimentações iniciadas no trecho anterior. Por que tanta atenção à família que Jacó vai constituindo? Cada novo filho é anunciado solenemente. O jogo de intrigas envolvido não é o foco maior da narrativa. O foco é: Jacó está tendo filhos. Deus está cumprindo a promessa! Longe da terra prometida, pelo menos filhos não faltam.
Agora, porém, um próximo passo está para ser dado. Jacó decide voltar para a “sua” terra (Gênesis 30.25). Um jeito sutil de mostrar que Deus havia trabalhado também no coração de Jacó estes anos todos. No exílio, ele havia aprendido a amar sua terra, que agora ele sabia e assumia que era “sua”. A terra da promessa. No tempo certo, cresce dentro dele o desejo e a decisão: é hora de voltar para lá.
Mas aí começam a aparecer obstáculos. O primo Labão vem com uma proposta tentadora (30.27-36). Começa uma enrolação que não é descrita de imediato, mas que aparece nas rememorações do capítulo seguinte (por exemplo, 31.4-13, onde Jacó conta para as suas mulheres o que acontecia nestes anos; e 31.36-42, onde Jacó se irrita com Labão e faz um desabafo sobre o jeito como ele se sentiu tratado nestes anos). Nesse meio tempo, Deus concede a Jacó a riqueza que mais tarde lhe será necessária. O fato de o texto relatar a astúcia que Jacó continua usando no trato com algumas pessoas, não impede o narrador de ver ali a bênção e a orientação divina (31.11-13,42).
Enfim Jacó foge (31.21). (Mais uma vez!). Labão o persegue, mas tudo acaba bem. Labão volta para casa, deixando Jacó e família irem embora. E mais: com sua bênção (31.55).
Dia 38 – Ano 1