Estes dois capítulos querem ser lidos juntos. Eles falam do último obstáculo a impedir a volta de Jacó à terra que Deus lhe havia prometido. E que obstáculo! Estamos lembrados do ódio de Esaú e de sua decisão de matar Jacó (Gênesis 27.41), que fez com que Jacó fugisse de Canaã, buscando refúgio “em Padã-Arã” (28.2), terra dos parentes, de onde Abraão tinha emigrado no passado.
Os preparativos para o reencontro dos dois irmãos são descritos meticulosamente. No aperto, Jacó pede a Deus que o livre, apelando para a Sua promessa (Gênesis 32.9-12). E prepara um colossal presente para o seu irmão, entregando-o de leva em leva, para ir amainando a sua fúria (32.13-20). Com a riqueza acumulada, ele agora podia preservar sua vida e a de sua família, e assim assegurar a continuidade da promessa divina.
Entre os preparativos e o reencontro, temos uma pequena e enigmática história (32.22-32). Tal como na noite em que Jacó iniciou sua jornada (28.10-17), na noite em que ele retorna, depois de muitos anos, Deus lhe aparece de novo. Mas de um jeito estranho. Um homem luta com Jacó a noite toda, aparentemente procurando impedi-lo de atravessar o rio que o separava da terra prometida. Vendo que não podia com ele, o estranho o golpeia e o deixa manco. Antes de desaparecer, o estranho, que Jacó agora identifica com o próprio Deus (32.30) o abençoa e lhe dá um novo nome. Não mais Jacó, o astuto, mas Israel, o que luta com Deus (32.28).
Depois disso, o encontro com Esaú sai melhor que o esperado, e o relato termina com a notícia de que Jacó “voltara de Padã-Arã, são e salvo, armando sua tenda na terra de Canaã” (33.18).
Dia 39 – Ano 1