Estamos entrando na parte final do Livro de Gênesis, que narra as peripécias dos filhos de Jacó (as futuras doze tribos de Israel). A história agora se concentrará no destino de José, um dos filhos. A narrativa vai, a um só tempo, desdobrando o passado, preparando o futuro, e nos deixando pensativos com os caminhos do presente.
Antes de se concentrar em José, o texto bíblico nos conta uma história ligada à descendência de Judá, um dos irmãos, que terá um importante papel no futuro. Judá teve três filhos (Gênesis 38.1-5). Já crescidos, o mais velho, Er, passa a constituir sua própria família, mas morre antes de ter filhos. Conforme o costume, o irmão mais próximo deve casar com a mulher dele e dar-lhe filhos, que legalmente serão filhos do falecido. Onã, o irmão que deve cumprir este dever familiar, nega seu sêmen à mulher do irmão, e acaba morrendo também. Ambos eram de má índole, diz o texto (38.7,10).
Como já várias vezes no Livro de Gênesis, nestes momentos são as mulheres que tomam o destino nas mãos. Como o tempo passava e o terceiro irmão não casava com ela, Tamar, a viúva, vai à luta. E nem foi tão difícil. Vendo uma prostituta no caminho um dia desses, Judá vai ter com ela, não sabendo que é Tamar, sua nora. Os dois têm relações, ela engravida, e desta maneira a continuidade da promessa divina é assegurada. Tamar, finalmente, tem um filho. Dois, na verdade. De um deles procederá o futuro rei Davi (cf. Rute 4.18-22), que desempenhará um papel importante na narrativa bíblica. E, mais adiante ainda, dos filhos dos filhos de Tamar nascerá o Messias (cf. Mateus 1.3).
Assim, por caminhos que a nós parecem estranhos, Deus vai fazendo Seu caminho entre nós. Também nós hoje podemos aprender com Jacó (Gênesis 37.11) e com a futura mãe do Messias (Lucas 2.51), meditando sobre essas histórias e com elas aprendendo a aprender os caminhos de Deus.
Dia 44 – Ano 1