Neste capítulo o cenário é diferente do que o que vimos nos três primeiros capítulos de Gênesis. É o mesmo cenário no qual vivemos hoje. Começa o drama da vida humana longe de Deus. Os temas são: família, filhos, religião, violência, segurança, trabalho, progresso, tudo numa mistura bastante instável. Ou seja, é a vida nossa de cada dia.
Mas outro tema percorre o capítulo, sem ser propriamente tematizado. Deus não ficou lá no jardim. Quando o ser humano foi separado de Deus, isso não quer dizer que Deus também tenha se separado de nós. Este capítulo mostra o contrário. Ele ajuda Eva a ter seu filho (4.1), reage aos gestos religiosos (4.4), conversa com Caim (4.6-7, 4.9-15).
Um novo passo aprofunda ainda mais o fosso entre o ser humano e Deus. No fim do capítulo anterior (3:23) Deus havia expulsado o casal humano de seu jardim. Agora, o filho do casal, Caim, se retira da presença de Deus (4:16). Mas não sem o sinal da graça de Deus (4.15)!
Os v.16 e 17 são centrais para a narrativa bíblica. O ser humano que se afasta de Deus (4.16) não fica parado. Ele faz a vida recomeçar (4.17). Gera um filho. Constrói uma cidade. Dá aos dois o mesmo nome: Enoque (que significa “começo”, “inauguração”). E assim, o “princípio” (Gênesis 1.1) vai sendo esquecido, e tudo que se sabe é que o mundo e a história teriam começado em “Enoque”, quando o ser humano começou a fazer história por si próprio. 4.18-24 conta os começos desta “história da civilização”.
Mas 4.25-26 mostra um outro lado. Na vida que continua, o nome de Deus não é esquecido. Sua presença leva sempre de novo ao reconhecimento desta presença e a invocação do Seu nome.
Dia 13 – Ano 1