“Para manter viva muita gente”, assim José explica os estranhos caminhos em que Deus o havia colocado (Gênesis 50.20). Gênesis 41 termina com uma mirada ampla (41.57: fome em todo o mundo, “todas as terras vinham ao Egito” para comprar comida). Gênesis 42 foca numa destas terras. Mais especificamente, numa das famílias de uma destas terras. Na terra de Canaã, estavam passando fome. Jacó manda seus filhos ao Egito para comprar comida.
E lá se vão os filhos de Jacó, menos o desaparecido (José) e o caçula, Benjamim, seu irmão e único filho vivo da amada Raquel, por quem Jacó havia trabalhado 14 anos. Gênesis 42.6 é um ponto alto da “história da descendência de Jacó”, iniciada em 37.2. Tal como José tinha visto em sonho, tempos atrás, seus irmãos se prostram perante ele (cf. Gênesis 37.6-8). José os reconhece, os irmãos não o reconhecem (42.8). A lembrança da maldade dos irmãos, e o desejo de rever seu irmão caçula, levam José a adotar uma estratégia de endurecimento.
Gênesis 42.21-22 mostra que a estratégia começa a dar certo: os irmãos começam a relacionar sua crise presente com suas atitudes no passado. O v.28 mostra que eles começam a relacionar a crise com a ação de Deus. Poderíamos dizer que os irmãos de José estão tendo uma nova chance. Na linguagem da narrativa, eles estão sendo “provados” (v.15). Afinal, tinham dito enfaticamente que eram confiáveis (“honestos”, v.11,31). José quer testar isso (v.19,33). Não o tinham sido até aqui, mas talvez a pedagogia divina comece a dar resultados na vida deles a partir desta crise. E assim se foram eles de volta a Canaã. Sem Simeão, que havia ficado preso no Egito como garantia de que os irmãos voltariam, trazendo com eles Benjamim.
Dia 48 – Ano 1