O episódio de ontem terminou em festa. Chegamos à leitura de hoje com boas expectativas. Mas logo somos colocados novamente em suspense. Mais uma vez a narrativa tem uma virada inesperada. Agora é José que toma uma atitude um tanto incompreensível (Gênesis 44.1-2). Parece que o que o motivou foi o desejo de que o irmão caçula ficasse com ele. Nesse momento da narrativa, José ainda não sabe o que nós já ficamos sabendo: que isso acabaria com a vida do pai deles (cf. 42.36-38). Judá vai deixar isso claro para José (44.30-31).
No auge da crise, os onze irmãos “rasgam suas vestes” (44.13), um gesto de luto e penitência. E assim chega a hora da verdade para os doze irmãos. Judá toma a palavra, diante de José, e reconhece que eles haviam chegado ao fim. Não há mais como se justificar. Deus, finalmente, expôs a iniqüidade deles (v.16). Nem uma palavra, ainda, sobre o que eles haviam feito a José no passado. Só uma confissão geral (“a iniqüidade de teus servos”). Gênesis 42.21-22 mostra que entre eles uma vez eles já tinham sido bem específicos no reconhecimento de seu pecado. E isso na presença do governador. Não sabiam que era José, e que podia entender a língua deles. No momento presente, tudo que conseguiram foi colocar umas frases na boca do pai (“dois filhos … um se ausentou … certamente foi despedaçado”, 44.27-28).
Essa relutância dos filhos de Jacó/Israel em reconhecer e confessar seus pecados, certamente não é só deles. Nisso eles talvez retratem a grande maioria de nós.
Dia 50 – Ano 1