A “história da descendência” de Adam, o Humano, continua. Na verdade, sua continuação se estenderá até o fim da Bíblia. Incluindo a nossa geração e os que virão depois de nós. Gênesis 6 começa contando uma história que até hoje permanece envolta em mistério (6.1-4). Os “filhos de Deus” (ou: “dos deuses”, como eram chamados os seres celestiais) se juntaram com as “filhas do Humano”. Isso representou uma nova transgressão de limites, que para a humanidade trouxe efeitos devastadores. A longevidade, que na lista do capítulo 5 passava de 800 anos, é reduzida agora para 120 anos.
A soma dos acontecimentos relacionados a isso leva o Criador a uma dolorosa percepção, da maldade que grassa entre os humanos. Deus constata que “todas as pulsões que geram os pensamentos do coração” do ser humano (6.5) são “só mal, todo o dia”. Tanto que, com o “coração pesado”, se arrepende de tê-los criado (6.6). E como tudo está vinculado entre si, isso atinge tudo (6.7). O fosso que se abriu em Gênesis 3 e só foi aumentando, se torna agora um abismo que traga tudo (6.11-12).
Gênesis 6.7-8 mostra dois lados do mesmo Deus: ira e graça. Deus decide destruir tudo. Bem, não tudo. E aí começa a narrativa de Sua graça em meio ao juízo. A história da descendência do Humano terminaria tragicamente, não fosse pela pequena frase do v.8: “Mas Noé foi agraciado pelo Senhor”. O restante do capítulo é uma mostra do cuidado de Deus em meio à tristeza pela corrupção que espalhamos, arrastando junto toda a criação. Noé, “homem justo e íntegro, que andava com Deus” (6.9), “faz tudo que Deus determina” (6.22). Não transgride os limites da determinação divina, como o casal humano do paraíso. E Deus decide continuar apostando na Sua criação.
Dia 15 – Ano 1