O cerco inimigo a Jerusalém não significa a palavra final na história. “Porque um povo habitará em Sião, em Jerusalém” (Isaías 30.19), povo que será ouvido e agraciado pelo Senhor. Mesmo que as condições materiais nem sempre sejam as melhores, mestres poderão exercer livremente suas funções (30.20).
Dentro de uma pluralidade normal e saudável em qualquer sociedade, quem segue “à direita” ou “à esquerda” tem a promessa de ouvir atrás de si uma palavra mostrando o caminho (30.21). Algumas traduções entendem esse texto como dizendo “quando se desviarem para a direita ou para a esquerda”. O texto diz “quer forem pela direita, quer pela esquerda, ouvirão uma palavra dizendo: Este é o caminho, sigam por ele”. No momento em que leituras politizantes se colam aos textos, isso pode ser relevante. Não temos aqui uma condenação de “direita” ou “esquerda”, e uma orientação bíblica para o “centro”. Temos é uma relativização de “direita” e “esquerda” que permite que pessoas, tanto num como no outro, ouçam a palavra que mostra o caminho do Senhor em meio aos nossos. Esse, sim, deve ser seguido. É o caminho para o qual os mestres (30.20) devem apontar, o caminho que as nações vem de longe para aprender, o caminho em que “uma nação não levanta a espada contra outra nação” (Isaías 2.3-4), o caminho em que “o amor e a verdade se abraçam, a justiça e a paz se beijam” (Salmos 85.10).
Neste caminho, o povo aprenderá a rejeitar os ídolos de prata e ouro (30.22; 31.7), e haverá harmonia entre trabalho e natureza (30.23-26). A Assíria, que já tinha sido a vara com que o Senhor castiga os povos (Isaías 10.5), terá agora a vara contra si (30.31-32). Queriam queimar Jerusalém, agora ela é Ariel, a fogueira em que eles serão queimados (30.33; 31.9).
O quinto “ai” da série iniciada em Isaías 28 também é contra o povo de Deus, contra “os que descem ao Egito em busca de ajuda” (Isaías 31.1), que confiam mais em exércitos do que em Deus, para livrá-los do poder assírio. “Os egípcios são humanos, não Deus. Seus cavalos, carne e não espírito” (31.3). Cairão, e com eles os que neles buscam proteção. Jerusalém só pode ser salva pelo Protetor de Sião, e isso Ele promete fazer (31.4-5). Mas o povo de Deus não quer saber. “Não erguem os olhos para o Santo de Israel, não buscam o Senhor” (31.1).
A Assíria “cairá por espada, mas não de uma pessoa. Uma espada, não de humanos, a devorará” (31.8). “Quem confiar, não terá que fugir” (Isaías 28.16). “Felizes os que esperam nEle” (Isaías 30.18). “Voltem, filhos de Israel, para Aquele de quem vocês tão longe se afastaram” (Isaías 31.6).
Dia 62 – Ano 2