O exército assírio, que assediava Jerusalém, foi realocado para confrontos mais urgentes. Mas o comandante mandou mensagem ao rei Ezequias, dizendo-lhe que não pense que está a salvo (Isaías 37.8-13). Ezequias sobe ao templo, estende a carta perante o Deus de Israel (37.14), e clama ao “Senhor de todos os seres, Deus de Israel, entronizado sobre os querubins” (37.16).
Três designações de Deus que revelam três “esferas” em que o Seu senhorio se faz presente. Ele é “o Senhor de todos os seres”, o Deus do exército dos seres do universo. Ele é o “Deus de Israel”, o Deus que chamou Abraão para ser bênção a todos os povos, o ancestral das doze tribos de Israel (o nome dado a Jacó, neto de Abraão). Ele é o “Entronizado sobre os querubins”, o Deus que faz do santuário interno do Templo a Sua morada entre os povos, acima dos querubins que velam pela arca da aliança. Diante deste santuário interior o rei de Judá, o descendente de Davi, se encontra para apelar a Deus que cumpra Suas promessas de salvação ao Seu povo.
“Tu somente és Deus de todos os reinos da terra, Tu fizeste os céus e a terra” (37.16). O rei de Judá admite que é verdade que os reis da Assíria são poderosos conquistadores (37.18-19). Mas nem de longe são páreo para o Deus de Israel, que todos os reinos da terra saibam disso! (37.20).
A oração de Ezequias foi ouvida. Não só por Deus, mas também pelo Seu profeta. “Então Isaías … mandou dizer a Ezequias” (37.21) o que o Senhor diz sobre o rei da Assíria. Quando ele se virar para ir embora, será a vez da Filha de Sião fazer um discurso: Contra quem te levantaste arrogantemente? Contra o Santo de Israel! Todo este teu discurso… (37.22-25). Depois o Senhor se dirige diretamente ao rei assírio: não sabias que tudo isso que fizeste era plano meu? Foste o meu instrumento para punir as nações. E deixaste que isso te subisse à cabeça. Pois na tua cabeça haverá agora um gancho pelo qual te arrastarão de volta à tua terra (37.26-29). Pelo que “assim diz o Senhor acerca do rei da Assíria: Não entrará nesta cidade… nesta cidade não entrará, porque eu defenderei esta cidade” (37.33-34).
“Então o Anjo do Senhor saiu e feriu o acampamento dos assírios, cento e oitenta e cinco mil homens” (37.36). O resto do seu exército escoltou o rei de volta a Níneve, sua capital. E lá, no templo do seu deus, dois dos seus filhos o mataram e passaram o reino a um terceiro filho (37.38). Possivelmente por causa da derrota e da demonstração de fraqueza que ela representou. E assim termina, para o Livro de Isaías, a saga dos assírios. A sombra de outro império já começa a aparecer no horizonte.
Dia 72 – Ano 2