Ezequias, rei de Judá, tinha adoecido de uma doença terminal e tinha sido curado por Deus. Em sua ânsia por continuar a viver, ele parece ter se aferrado tanto a isso que aos poucos tudo mais ia se tornando indiferente. Os 15 anos extras que ele recebeu acabaram não sendo uma bênção tão grande. Nestes anos ele teve um filho, Manassés, que se tornará seu sucessor e levará o povo de Deus a um completo mau caminho. Essa história está contada em 2 Reis 21.1-18. Tanto que Deus decidiu que era o fim, que a história do povo de Deus, como a conhecemos até então, estava no fim. Não havia mais o que fazer.
A história das dez tribos que se tornaram o reino de Israel já havia acabado (as explicações disso se encontram em 2 Reis 17.7-23). Agora Deus decide “estender sobre Jerusalém o cordel de Samaria e o prumo de Acabe” (2 Reis 21.13). O reinado de Manassés havia sido tanto, ou mais, iníquo do que o do rei Acabe, que tanta desgraça trouxe sobre o reino de Israel. Jerusalém é julgada pelos mesmos critérios que Samaria, e sucumbirá. “Abandonarei o resto da minha herança”, diz o Senhor (2 Reis 21.15). O reavivamento ocorrido algumas gerações depois no reinado de Josias, neto de Manassés, não cobriu os estragos. O destino do povo de Deus estava selado. “Removerei também Judá da minha frente, como removi Israel” (2 Reis 23.27).
Em Isaías 39 lemos de uma comitiva da Babilônia que veio cumprimentar o rei Ezequias pelo seu restabelecimento. Em sua euforia, ele mostrou a eles toda a grandeza do seu reino. Ao ouvir de Isaías uma palavra de condenação, sua resposta expressa bem o jeito que ele passou a ver as coisas depois de ter recebido um prolongamento da vida à qual tanto havia se apegado: Tudo bem… O que importa é que nos meus dias haverá paz e o Senhor manterá a Sua palavra… (Isaías 39.8), a palavra de que ele teria 15 anos a mais para viver. Tudo que os babilônios viram, disse Isaías, um dia será levado para a Babilônia.
Mais de um século depois, “Nabucodonosor, rei de Babel, atacou Jerusalém, com todo o seu exército” (2 Reis 25.1). “E a cidade foi arrombada” (25.4). “E queimou a casa do Senhor e a casa do rei, e todas as casas de Jerusalém … derrubou as muralhas que rodeavam Jerusalém” (25.9-10). A população influente de Judá e Jerusalém foi levada cativa para a Babilônia. Que entrementes havia se tornado uma grande potência, tinha derrotado os assírios e estabelecido um império ainda maior que o deles.
Setenta anos depois, uma voz ressoa na Babilônia: “Consolem, consolem o meu povo” (Isaías 40.1).
Dia 76 – Ano 2