Dois quadros apresentam contrastes que querem servir de alerta ao povo de Deus. No primeiro, duas imagens de grupos em movimento são colocadas lado a lado. No primeiro grupo, pessoas fogem carregando consigo os seus deuses. Bel e Nebo são deuses dos babilônios. São representados em estatuetas que são vistas como materializações dos deuses, e que na Bíblia são chamadas de “ídolos”. No segundo grupo, o Deus de Israel carrega o Seu povo em Seus ombros.
Os ídolos não se movem, precisam ser carregados, e podem ser um peso, um fardo a mais a ser carregado. Pessoas e animais que os carregam ficam exaustos e com os movimentos restringidos. Em linguagem bíblica, cansados e sobrecarregados. O povo de Deus também é retratado como fugindo da Babilônia, prestes a ser conquistada e destruída. O próprio Deus já chamou aqueles que vão realizar essa façanha.
No segundo quadro, temos um contraste, uma comparação entre deuses. De um lado, temos deuses feitos por pessoas, com uma descrição de como são manufaturados. Prontos, são colocados em um lugar de honra e ficam ali, imóveis e mudos. Quando em necessidade as pessoas recorrem a eles, mas por não poderem se mexer, nem falar, eles não podem livrá-las do aperto.
Do outro lado, temos o Deus vivo. Que não só se movimenta livremente, mas cria Ele próprio o mundo e o tempo, e os põe em movimento. E que fala, com uma palavra tão poderosa que é por ela que o mundo e o tempo são criados. E que na necessidade não só livra do aperto, como dirige Ele próprio a história que acaba gerando as necessidades e os apertos, e também os livramentos, a salvação.
Em qual dos dois lados se encontra o povo de Deus? Essa é a pergunta que ressoa. É fácil pensar que o povo de Deus está do lado de Deus. Mas a realidade mostra que nem sempre é assim. Deus opera a salvação como realização da Sua justiça. O povo que se chama pelo Seu nome é sempre de novo advertido disso. Lembrem-se! Lembrem-se!
O que o povo de Deus pensa de si é uma coisa. Outra coisa é o que Deus pensa do Seu povo. São rebeldes. Têm coração duro. Estão longe da justiça. Se parecem demais com os que carregam os ídolos. Levem isso a sério! Se não, podem querer se enxergar de um lado do quadro, quando estão no outro. Podem identificar o seu Deus como estando de um lado do quadro, quando na verdade o seu “deus” está do outro, talvez sem que o percebam.
Dia 103 – Ano 2