Começamos agora a ler o relato detalhado da repartição da terra de Canaã entre as nove tribos e meia que se assentaram do lado ocidental do rio Jordão. Do lado oriental, na Transjordânia, ficava o território de duas tribos e meia. A demarcação das terras delas foi o tema da segunda parte de Josué 13, como vimos.
A primeira tribo a ter seu território demarcado foi a de Judá, e esse é o tema de Josué 15. A primeira parte do capítulo contém uma descrição detalhada do perímetro desse território (15.1-12), que ficava no sul do país. A seguir, vem uma nota sobre a família de Calebe, que era judaíta (15.13-19). Depois vem uma extensa lista das cidades que ficavam dentro deste território (15.20-63).
A tribo de Judá parece ter sido uma das que teve maior sucesso na ocupação do território que lhe fora designado. Uma pequena nota no fim do capítulo diz que tão somente a cidade de Jerusalém resistiu, com sua população de jebuseus (v.63). Desde a perspectiva da narrativa bíblica, este capítulo é muito importante. Ele prepara o palco onde acontecerão os eventos importantes. O território de Judá será a base do futuro reino unido de Israel. Quando o reino se dividiu, Judá sozinho se tornou um reino. Sua capital, Jerusalém, mais tarde conquistada por Davi, será um dos palcos principais da narrativa bíblica.
Essa parte do Livro de Josué, por um lado é ponto de chegada na história bíblica até aqui. Ela sinaliza o cumprimento da promessa que animou os principais personagens dela, desde Abraão. Por outro lado, é também novo ponto de partida. É como se os israelitas tivessem passado de ano na escola de Deus. A partir de agora eles vão aprender a viver na terra que Deus lhes deu, aprender a usufruir da bênção prometida, aprender a fazer desta terra o lugar de onde se irradiará a bênção divina a todo o mundo. Da família de Abraão, que agora já tinha se tornado um povo, devia se alastrar a energia reconciliadora que tornaria o mundo como ele é no começo.
Dia 199 – Ano 1