A narrativa conserva, aqui no Livro de Josué, uma certa ordem de importância nas tribos, que já pudemos observar desde o Gênesis. A primeira tribo a ter seu território demarcado foi a de Judá. A próxima tribo a receber um significado especial na narrativa bíblica é a de José, que por iniciativa do patriarca Jacó fora dividida em duas. O prêmio de José por sua ação providencial no Egito foi receber uma porção dupla da herança. A tribo de Levi tinha deixado de ser contada entre as doze tribos. Ela tinha sido consagrada ao serviço de Deus.
O trecho de hoje relata a demarcação do território das duas tribos descendentes de José. Primeiro a de Efraim (Josué 16), que mesmo não sendo o primogênito tinha sido posto à frente do irmão mais velho, Manassés (cf. Gênesis 48). A tribo de Manassés se dividiu em dois territórios. Metade dela ocupou uma faixa de terra do lado oriental do Jordão, e a outra metade do lado ocidental.
O texto bíblico é realista quanto à extensão da conquista do território pelos efraimitas e manassitas (Josué 16.10; 17.12). Uma significativa população de cananeus continuou habitando os dois territórios.
O final de Josué 17 conta de um episódio em que se repete, em parte, a situação do retorno dos espiões mandados para fazer um reconhecimento da terra, lá no início da peregrinação pelo deserto. Naquela ocasião, a maioria dos que haviam sido enviados se queixou de que os cananeus que moravam na terra eram fortes demais para ser conquistados. Agora os manassitas se queixam a Josué pelo mesmo motivo (17.16). E Josué continua o mesmo. Como aquela vez ele e Calebe tiveram uma postura de confiança e de coragem, também agora: “desapossarás os cananeus, mesmo que tenham carros de ferro, mesmo que sejam fortes” (17.18). Quando essa postura surge da relação com Deus e se fortalece nela, ela se torna um ideal da espiritualidade bíblica, como Jesus vai dizer: “Não deixem o coração se abalar; confiem em Deus…” (João 14.1).
Dia 200 – Ano 1