Josué 3 faz um paralelo com Êxodo 14. Lá, ao iniciar a caminhada rumo à terra prometida, os israelitas atravessaram o mar a pé, caminhando sobre o leito das águas que haviam estacionado. Aqui, ao iniciar a conquista da terra prometida, os israelitas atravessam o rio Jordão a pé, caminhando sobre o leito das águas que haviam estacionado.
Essas duas passagens pelas águas têm sido comparadas, nos hinos cristãos, aos dois momentos maiores da experiência da salvação. A passagem pelo Mar Vermelho seria o batismo. Nele, através das águas, somos libertos da escravidão e levados à peregrinação no deserto. Os 40 anos do deserto são um período de prova, comparado ao tempo de vida entre o batismo e a morte. A passagem pelo Jordão representa a morte e ressurreição para a vida eterna prometida por Deus.
Nessa analogia, batismo e morte se completam. No batismo morremos uma morte que se completa no término da existência física. No batismo ressuscitamos para uma vida que, começando ali, se realizará plenamente no término da existência física. Nesse sentido, o batismo é como que um longo ato que se estende do batismo em água até a hora da morte. A vida inteira da fé é um batismo!
A experiência de que “o Deus vivo está no meio de vocês” (Josué 3.10) é a grande marca da espiritualidade bíblica. Josué 3, tal como Êxodo 14, falam de “coisas extraordinárias” (niflaôt). Quando estas acontecem, sabemos de forma direta que o Deus vivo está no meio de nós. Contudo, tais experiências são ocasionais, e dependem de circunstâncias que só Deus conhece. O foco da narrativa bíblica, para o qual mesmo estas experiências extraordinárias apontam, é que a presença do Deus vivo pode ser “conhecida” pelo contato diário com Ele no pequeno, no cotidiano.
Dia 187 – Ano 1