O maior dos sinais concretos de Deus, os israelitas carregavam em seu próprio corpo. Todos os homens em Israel deviam ser circuncidados. O corte dos prepúcios simbolizava o corte com o mundo sem Deus, uma purificação cuja marca seria carregada no corpo pelo resto da vida.
O capítulo 5 é muito importante na estrutura do Livro de Josué, e como estação na grande narrativa bíblica. A geração que tinha saído do Egito tinha sido circuncidada, mas não a geração dos seus filhos (Josué 5.5). Agora essa nova geração tinha entrado na terra prometida e é circuncidada (v.8).
O primeiro “rompimento” com os quarenta anos no deserto e sinalização da nova vida na terra prometida, então, foi a circuncisão (5.1-9). O segundo foi que o maná parou de cair do céu todas as manhãs (5.12). Agora o povo tinha, de novo, uma terra da qual tirar comida e sustento.
Tal como na saída do Egito, também agora o péssach, a festa da páscoa, divide os tempos num antes e num depois (5.10-12). O capítulo termina com uma pequena história com um grande significado (5.13-15). Josué vê um homem, um “comandante das hostes do Senhor” (v.14), esse exército que tantas vezes esteve por trás dos israelitas em suas batalhas (cf. 2 Reis 6.16-17).
Diante deste comandante, o comandante dos israelitas se ajoelha e aguarda ordens (v.14). Significativamente, a ordem não é para amarrar bem as sandálias, para alguma manobra militar. A ordem é para descalçar as sandálias, pois “o lugar sobre o qual estás em pé é sagrado” (v.15). Assim começa a conquista das grandes batalhas.
Não se trata aqui de que aquele pedacinho de chão fosse sagrado, lugar para se construir um santuário e esperar ali a manifestação divina. Sagrada é toda a terra prometida por Deus ao Seu povo, e na qual o povo acabara de entrar. Essa era a próxima lição a ser aprendida.
Dia 189 – Ano 1