Em Josué 6.18-19 há uma advertência considerada muito séria. Na época, ocasionalmente em casos de guerra tudo que era ligado ao inimigo era consagrado à completa destruição (hérem). Às vezes, “prata, ouro, utensílios de bronze e de ferro” (v.19) eram consagrados ao uso no santuário.Transgredir nisso colocaria o povo todo sob maldição.
Josué 7 conta uma história de transgressão desta determinação. De como “Acã, filho de Carmi, filho de Zabdi, filho de Zera, da tribo de Judá” (7.1) se apoderou, em benefício próprio, do que havia sido consagrado (o que ele mesmo confessará nos v.20-21). Na sequência, vemos como a maldição prevista se abate sobre o povo todo (v.2-5). Josué, com os anciãos, clamou a Deus (v.6-9). A resposta de Deus inclui esclarecimento sobre a situação (v.10-12) e instruções para corrigi-la (v.13-15). Instruções que foram implementadas a seguir (v.16-26).
Para nós que lemos hoje uma história como essa sobram perguntas e inquietações. Temos que tentar ouvir o texto dentro de seu próprio horizonte, com seus próprios pressupostos. Os vínculos familiares e étnicos eram percebidos como muito mais orgânicos do que o jeito que nós hoje vemos. O fato de o nome do transgressor ser apresentado por extenso (7.1,18) lembra uma cláusula dentro dos Dez Mandamentos que adverte que a iniquidade pode ser visitada “até a terceira e quarta geração” (Êxodo 20.5). A família toda está exposta às consequências de transgressões como essa.
O modo drástico como este episódio termina (Josué 7.23-26) era a maneira como a ordem era restaurada e reafirmada no contexto dos israelitas da época. Isso propiciou que o povo continuasse a existir ao longo do tempo. Até que viesse aquele “que foi traspassado pelas nossas transgressões”, cujo castigo “nos trouxe a paz” (Isaías 53.5). Que “levou sobre si o pecado de muitos, e pelos transgressores intercedeu” (Isaías 53.12).
Dia 191 – Ano 1