No capítulo anterior vimos como uma primeira tentativa de tomada da cidade de Ai não foi bem sucedida (Josué 7.2-5), como também as razões disso. Restaurada a normalidade, Josué é convocado a empreender novo ataque à cidade (Josué 8.1-2).
A estratégia de combate é deixada a Josué (v.3-9), bem como a sua consecução (v.10-29). A palavra divina dizia somente “põe emboscadas à cidade, por detrás dela” (v.2). Os isrealitas estão aprendendo a fazer sua parte no processo histórico que estão vivendo, apoiados pelos anjos de Deus (Josué 5.13-15). Isso inclui o reconhecimento de que “o lugar em que estás é santo” (5.15).
Esse reconhecimento vai se expressar aqui, no capítulo 8, na forma de uma cerimônia de renovação da aliança do povo com Deus (Josué 8.30-35). Josué constrói um altar como a Instrução prescrevia, e sobre ele se oferecem holocaustos e ofertas de paz (v.30-31). Ali também ele escreve, em pedras, a Instrução que Moisés havia deixado ao povo (v.32).
A cerimônia toda é cumprimento da palavra de Moisés e dos anciãos em Deuteronômio 27. Como lá, uma parte do povo fica sobre o monte Gerizim e outra parte sobre o monte Gebal, e são lidas as palavras de bênção e de maldição contidas na Instrução (Deuteronômio 27.34-35). Palavras que convidam o povo à decisão sempre renovada pelos caminhos que Deus lhes vem mostrando. Caminhos de bênção, que dão discernimento para evitar a transgressão que traz consigo a transgressão.
Bênção e maldição são, em vários sentidos, decorrência de nossas opções. Talvez a parte mais difícil de aprender é que seguir a Instrução é optar pela liberdade. Temos fortemente introjetada em nós a percepção de que seguir o Mandamento é uma privação da liberdade. O propósito do Mandamento é assegurar a liberdade externa conquistada no êxodo, ampliando-a num novo contexto em que o povo seria soberano em sua própria terra. E especialmente, aprofundar essa liberdade no coração de cada pessoa.
Dia 192 – Ano 1