Vimos que os israelitas haviam tomado de roldão toda a parte sul da Palestina. Agora lemos sobre como reagiram as populações mais ao norte (Josué 11.1-2). A descrição do exército inimigo no v.4 deixa uma impressão de força e invencibilidade. Deus precisou intervir (v.6), encorajando.
Como às vezes a melhor defesa é o ataque, os israelitas se anteciparam e tomaram a iniciativa das ações (v.7). Com a ajuda divina, os inimigos foram dizimados (v.8). Em seguida, as cidades das vítimas foram tomadas (v.10-14). Também esse evento suscita um relatório cheio de orgulho (v.16-17), que mistura a percepção de uma guerra resolvida rapidamente com a consciência de que muito ainda havia a conquistar, e que o processo se estenderia por muito tempo (v.18).
Talvez o mais importante nesses textos seja a sinalização da continuidade histórica, e de que tudo estava acontecendo em conformidade com a vontade de Deus. O v.15 mostra Josué como fiel sucessor de Moisés, e ambos cumprindo as ordens divinas. O v.23 reforça o papel de Josué como aquele que cumpriu o que o Senhor havia determinado a Moisés.
O resumo final (v.23) encerra, para o Livro de Josué, a conquista da terra. Versículos como esse são importantes na leitura contínua da narrativa bíblica, pois sinalizam estações que fazem a transição entre períodos (por isso é bom marcá-los). E o resumo já antecipa a segunda parte do Livro de Josué, que começa no capítulo 12. Ela tem por pressuposto o que diz aqui, que a terra está conquistada, que a guerra acabou. Agora é hora de proceder à partilha da terra entre as tribos. (Que a conquista ainda não havia terminado, e que nunca terminaria completamente, vai fica claro nos próximos capítulos, por exemplo na lista de Josué 13.1-13).
O que pudemos ver até aqui mostra uma narrativa que junta habilmente dois olhares sobre a mesma realidade: um olhar realista e um olhar de esperança, que já vê aquilo que ainda se espera (cf. Hebreus11.1).
Dia 195 – Ano 1