O resultado da guerra não trouxe satisfação aos israelitas. Uma das doze tribos tinha sido varrida da face da terra. Por decisão unânime das tribos (e tendo visto do que os benjaminitas eram capazes, em se tratando de mulheres), ninguém mais daria uma filha em casamento a um homem da tribo de Benjamim. Agora o povo estava diante de outra decisão difícil. Que fazer com os seiscentos homens escondidos nas cavernas, que, afinal, representavam a única possibilidade de futuro para essa tribo?
Nessa hora, a humanidade e a fraternidade falaram mais alto. “Os filhos de Israel tiveram compaixão de seu irmão” (v.6). O resultado foi uma manobra política. As tribos haviam jurado que quem não atendesse ao chamado para a guerra, pagaria com a vida (v.5). Feito um levantamento, verificou-se que ninguém da cidade de Jabes, em Gileade, tinha vindo (v.8). Cumpriu-se, então, o juramento, e as mulheres solteiras daquela cidade foram levadas para serem esposas dos sobreviventes dos benjaminitas. As duzentas mulheres que faltavam foram arranjadas num golpe em Silo, que do jeito que foi executado inocentava a população local (v.16-23).
Os versículos finais concluem um período histórico, e abrem para o próximo. O v.24 fecha o tempo da conquista: os filhos de Israel voltaram, “cada um à sua tribo, à sua família, à terra que haviam recebido como herança”. Parece um final feliz, apesar de tudo. Mas o narrador conclui (v.25) com a observação de que, não havendo rei, cada um fazia o que achava mais certo, e que isso aparentemente não estava funcionando.
E assim termina o Livro de Juízes, que conta dos primeiros tempos em que os israelitas haviam se estabelecido na terra que Deus lhes havia dado. Da promessa de Deus a Abraão (Gênesis 12.1-3), parte estava se cumprindo: eles tinham terra, e tinham sobrevivido, apesar de tudo. Mas, eram uma bênção aos povos? O desafio continuava: se manter na terra, continuar vivos e ter filhos. Isso dado, o desafio era aprender a viver no Espírito de Deus, e assim ser bênção ao mundo.
Dia 226 – Ano 1