Juízes 10

Juízes 10

Temos falado sobre a paciência de Deus. Em Juízes 10, parece que ela chegou ao limite. Depois de rápidas notas sobre Tola e Jair, juízes em Israel (10.1-5), a narrativa anuncia mais um período em que os israelitas estiveram sujeitos a algum outro povo. O início do v.6 é um refrão que atravessa o Livro de Juízes: “E os filhos de Israel voltaram a fazer o mal diante dos olhos do Senhor”. E a cada repetição parece que o mal ganha em proporção. O v.6 relata, de modo deprimente, o panteão de deuses que os israelitas adoravam. Parece que o único de quem não lembravam era o Único a quem deviam lembrar.

Os v.7-9 contam da reação do Senhor a essa atitude do povo. Ele retira Sua bênção e proteção. O resultado é um grande aperto (v.9). Nessa situação, os israelitas se lembram de Deus (v.10) e confessam seu pecado. A resposta divina surpreende. Parece, de fato, que a paciência chegou ao limite. Depois de rememorar as libertações anteriores (v.11-12), Ele menciona que tudo isso parece não ter adiantado nada. E decide: “não livrarei vocês mais” (v.13). Que eles procurem esses deuses aos quais preferiram servir (v.14). Eles que os livrem agora.

Os israelitas se mostram contritos, e tomam providências (v.15,16). A segunda parte do v.16 mostra a reação de Deus. No hebraico, são só quatro palavras. O que elas revelam, perpassa os textos bíblicos de ponta a ponta. Elas nos abrem uma janela para o coração de Deus. E é da perspectiva do coração de Deus, assim revelado, que toda a Bíblia deve ser lida. Este é “o espírito” que quer guiar a leitura de sua “letra” (2 Coríntios 3.6).

“E Sua alma se apertou, por causa do sofrimento de Israel” (v.16b). Estas são as palavras. O v.9 tinha terminado dizendo “e a coisa apertou muito para Israel”. E o que acontece quando a coisa aperta para nós? O aperto é sentido no coração de Deus. Ele nos ama tanto e tão de perto, que “tudo sofre” (1 Coríntios 13.7) conosco e ao nosso lado. O restante deste capítulo (Juízes 10.17-18), e o próximo, mostram esse amor se tornando gesto concreto.

Dia 216 – Ano 1